segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Desafio - Dia 1 💚➕➖➗❔✔


Sob qualquer outra imagem, esta teria de ser a primeira.
Define-me enquanto pessoa e enquanto profissional.

No 12.º ano, todo o adolescente sabe o que quer seguir. Eu não, eu não sabia. Tinha gosto por praticamente todas as áreas, e apenas uma certeza, adorava matemática. Uma frase muito minha "Eu gosto de matemática, mas não sei matemática" (se fizerem uso desta frase, citem-me como fonte e autora 😉). Mas sabia, sei que também sabia.

Nos testes psicológicos que se faziam na altura, de caracter obrigatório, no gabinete minúsculo da psicóloga da escola, o meu resultado foi simples , "tens aptidão natural para a matemática, fraquejando nas línguas", ui que novidade para mim… "a terapia da fala está a ter muita saída, e assim continuara durante uns bons anos" o que pressupus que me estava a dar a dica de que tinha tempo de me formar e ainda sair numa boa época de caça ao emprego.
Qual quê!

Matemática.

Escolhi uma área. Depois de muita volta.
Não, não escolhi a matemática em si. Mas escolhi um curso onde ela esteve presente todos os dias, e se perlongou até hoje.

Um curso difícil, ainda não o sabia, mas soube pouco depois de entrar na faculdade. ohh se soube!
Matemática, cálculos, físicas (SOCORRO, o quanto eu odiava física), álgebras e afins deste mundo que é o número.

Não foi fácil adaptar-me. 

17 anos no B.I.
Saí sozinha da minha localidade para uma cidade que não conhecia.
Sem nenhum amigo a ir estudar na mesma escola.
Viver sozinha pela primeira vez.
Um clima bem diferente do da minha zona.
Uiii, que bom é pensar que tudo passou. Que tudo se adaptou. Conheci pessoas novas, colegas que nunca passaram de apenas isso e amigos de 💚.

Agradeço a mim, sempre que me lembro disto, de não ter desistido. A física continua na minha vida (inevitavelmente!, tal como a matemática, como o português tem de estar na interpretação, e como qualquer outra área que estudei e que achei não ser relevante, mas que um dia acaba por fazer sentido).

Possivelmente, se fosse hoje não conseguiria terminar esta formação.
Foram 3 anos, 3 anos e 2 meses de formação, dedicação e empenho.

É considerada uma área difícil. Não é qualquer jovem hoje em dia que a escolhe.
Quando recebi uma mensagem, rebentei de emoções:
"Saíram. Vai ver ****** :) ". 

Eram as notas da ultima cadeira que me faltava.
Subi as escadas principais do edifício escolar e dirigi-me ao átrio (era aí que afixavam as notas), direitinha à vitrine do meu curso. Vi a nota e pensei baixinho para mim "não foi assim tão difícil". E não. Todos os medos acabaram ali. Estava feito. Era hora de me despedir e regressar a casa.

Ainda hoje, quando surge algum trabalho mais difícil, sempre que termino penso "não foi assim tão difícil". Porque sou assim, stresso com tudo, atravesso escolhas difíceis, entro em paranoia, mas depois respiro de alivio quando se termina.

Na primeira noite académica que tive, como boa caloira, fui. Lembro-me e retenho muito para mim e para dar de exemplo a outras pessoas uma conversa com um grupo de estudantes mais velhos:

F- "Esquece, aqui (nome do curso), ou passas ou te divertes" - estudante do 2º ano do meu curso;
T- "Se equilibrares as coisas consegues" - estudante de 2º ano de Marketing; Cruzei-me muitas vez com ele na biblioteca.

Não precisei de optar, os 3 anos chegaram para tudo.

Vivi. Conheci. Formei-me. E tenho saudade do tempo em si. Mas não voltava atras.

10 comentários:

  1. Olá!

    A decisão de qual curso/caminho escolher é sempre muito difícil. Também nunca soube o que queria fazer da vida e as coisas de que realmente gostava pareciam não encaixar em nenhum curso disponível.

    Optei por um que tinha, na altura, alguma saída profissional... e trabalhei na área 15 anos. Não era feliz mas dava para o gasto. Agora que fiquei desempregada, vou tentar iniciar um projeto em algo para o qual não há nenhuma formação mas também não há muita oferta...

    Beijinhos e obrigada pela partilha!
    Margarida

    https://minhacasadopatio.blogspot.com/

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Margarida,

      Espero que o projecto ao qual se dedicará lhe corra como esperado :) muita sorte e sucesso.

      beijinho

      Eliminar
  2. Eu também não sabia o que queria e também gostava de Matemática, mas o meu curso foi de 5 e não de 3 anos, ainda não havia Bolonhas nem nada que se parecesse. Durante 18 anos trabalhei como Administrativa o que apesar de ter algo a ver por outro lado não tinha nada a ver com o curso e agora que estou desempregada e à procura de emprego vejo que estou a anos luz das características que pedem para quem tem o meu curso...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Marisa,
      Verdade, o pós-Bolonha veio colocar aqui uma diminuição de tempo académico.
      Espero que consiga emprego na área num futuro próximo e que tudo lhe corra bem :)

      Eliminar
  3. Eu sou e serei sempre uma pessoa de letras. Com muita pena minha a matemática é um autêntico quebra-cabeças.
    A escolha profissional foi relativamente simples (revelou-se logo em pequena), formei-me nela, mas acabei por optar não exercê-la (mercado saturado e muito difícil).
    Acabei por fazer uma reconversão profissional que me fez descobrir a minha real vocação e onde me encontrei profissionalmente feliz. Actualmente por motivos pessoais estou a exercer algo completamente diferente, mas que estou a gostar. Mas um dia regressarei à minha vocação. :-)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá assalariada :)
      Uau, isso é que é determinação :) desde pequenina a lutar por uma área. Quando é assim deve ser um regalo conseguir cumprir a formação :)
      Independentemente das voltas que a vida dá, o importante é que gostas de estar onde estás :) muito sucesso :)

      Eliminar
  4. Adorei o texto.
    Infelizmente não tenho saudades nenhumas desse tempo. Foi em pós laboral e foi péssimo. Não sei porquê, mas sempre tive que lidar com pessoas péssimas.

    Beijocas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Cláudia,
      Em pós-laboral deve ter sido realmente chato, acredito. (Tinha colegas nessa situação também - não era fácil).
      beijinho

      Eliminar
  5. Se quiseres partilhar, o curso foi qual?

    Curiosamente, acabei o secundário a saber que queria ser "informático" (sendo essa uma grande paixão minha desde os 8-9 anos), mas na altura era suficientemente ingénuo a ponto de achar que podia dominar *toda* a informática -- sistemas, programação, etc.. Na faculdade, experimentando várias coisas, acabei por me encaminhar para o que ainda sou hoje: administrador de sistemas, que "brinca" com programação.

    Matemáticas, físicas, etc. também tive presente no curso que tentei tirar, em meados dos anos 90 (Engenharia Informática), mas não o acabei, apesar de ter estado lá vários anos. Sinceramente, não me sentia completamente bem lá, além de a faculdade ser longíssimo de casa (implicava atravessar uma certa ponte vermelha todos os dias, em ambos os sentidos -- e não, não sou da margem sul de Lisboa), e lá para 96-97 surgiu-me o que na altura foi uma oportunidade de sonho: trabalhar num dos primeiros operadores de internet em Portugal. Claro que aproveitei. E depois de um ano a fazer suporte técnico por telefone (o horror, o horror...), eventualmente passei a administrar sistemas, e (com uma excepção ou outra pelo caminho) ainda é isso que faço hoje, mesmo tendo já passado por N sítios.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá OvelhaOstra,

      O curso prefiro manter secreto :)

      Deve ser maravilhoso quando desde pequenos queremos seguir uma área e conseguimos esse objetivo.
      Os meus amigos, feitos na faculdade, eram de engenharia informática (aliás, sempre me dei melhor com eles, que com os do meu curso), também tenho ideia de ser um curso exigente e difícil.
      O importante é que aparentas estar de bem com a profissão que tens independentemente do que se tenha (ou não) lutado para ai estares. Um ano de suporte técnico por telefone deve ter sido dose. nem quero imaginar (…)

      Eliminar

Poupança de Março

Mais um mês deste calendário de 2024 a terminar, e não fui muito além daquilo a que me propus no inicio do mês a nível de poupança.