quarta-feira, 20 de março de 2024

Ter filhos - O que não compraria se fosse hoje

A Cláudia a respeito de um comentário que lhe fiz pediu que dissesse quais as coisas que não compraria a saber o que sei hoje e se fosse ser mãe agorinha. 

Aí Deus, tanto dinheiro que gastámos que agora está arrumado no sótão. Pois é. A inexperiência, o primeiro filho e o que querer que não falte nada faz disto.

Quando pensamos em filhos pensamos logo em quê? 

Necessidades.

- Roupas,

- Fraldas, leite ...

- Itens de banho e cuidado de higiene,

- Quarto mobilado e personalizado,

- Ovo, carrinho de transporte, marsúpio, etc,

- Brinquedos, bonecos, peluches, naninha (boneco ou pano desde o primeiro dia para associação a cheiro e conforto para acalmar o bebé), ui, etc's

- Banheira

- Muda fraldas

Isto é o de caras! Coisas que nos passam logo pela cabeça de que precisamos, então, vou agora descrever o que realmente vi que funcionou, que precisei e o que podia ter abdicado.

 

Roupas: ✅❌

Sim e não.

Sim, ao comprar as primeiras roupas de maternidade para se quisermos oferecer-lhes quando forem adultos como recordações e memórias nossas.

Não, ao comprar desenfreadamente porque achamos que vai faltar. O meu bebé nasceu no outono, e com a passagem pelo  inverno achávamos que não íamos conseguir secar a roupa e TODA A GENTE dizia e diz que recém nascidos e bebezinhos sujam muita roupa. Vá de comprar e comprar. ERRO N.º1 que tivemos.

Primeiro porque quando estamos grávidas isso nota-se, e há sempre alguém conhecido dos conhecidos que tem kilos de roupa em casa e dão. Roupa de bebé é pouco gasta, porque eles não fazem NADA, então mesmo oferecida vem boa. Recebi imensa roupa e foi de uma pessoa só e o nosso bebé não usou nem metade, imaginem... 

Sobre secar, as peças são minúsculas, secam sim e rápido.


Fraldas, leite, toalhitas de limpeza:

Totalmente sim.

Obvio que vamos precisar destes itens. O meu conselho aqui seria não comprar fraldas até aos 8 meses de gravidez. Porque a correr tudo bem o bebé não nascerá até aí e temos tempo de ver o que nos oferecem, sério há pessoas que oferecem packs de fraldas e ajuda muito não ter grandes quantidades de stock. Porque embora nas ecografias saibamos +/- o peso dos nossos bebés não é 100% certo, e se comprarmos 20 packs de tamanho 0 ou tamanho 1 e o bebé já vier maior? Pois... Gastar gastamos, podem é deixar de servir e ainda termos no armário +10 packs em stock.

As toalhitas já é diferente, aí se forem vendo promoções aconselho a irem comprando, porque vão sendo precisas sempre ao longo do tempo.

Leite, também é sempre preciso claro, a não terem amamentação aí será necessário a compra, então é um gasto que têm de realmente equacionar. Pois é o que "comem".


Itens de banho e de higiene:

Tanto NÃO aqui.

O primeiro não, seria de caras a banheira. Não voltaria a comprar. Um alguidar novo, devidamente lavado com água a ferver serviria para os primeiros meses. O meu bebé tem 17 meses e já toma banho na nossa banheira. É dinheiro que já temos parado no sótão. Um bebé é minúsculo, toma banho até no nosso colo.

Outro não seria o muda fraldas, totalmente um gasto inútil. Claro que respeito quem tenha e quem diga que lhe salva a vida. Mas uma fralda muda-se em qualquer lugar plano com segurança, como uma cama, um sofá, um banco de carro. Com uma toalha de banho de bebé por baixo, uma fralda de pano e está apto à troca.

Outro dos nãos óbvios para mim hoje são os cotonetes de bebé, há até específicos para eles, e claro a comprarem usem desses sim, mas o meu bebé não tolera, assim que vê o cotonete até foge, desde sempre e penso que seja pelo material em si, ele quando toca em guardanapo de papel faz a mesma cara, e folhas de flores, etc etc, (tenho um irmão que também tem esta intolerância, em tocar em determinadas texturas, cotonetes e guardanapos são algumas delas, então associo que pode ser o mesmo tipo de "fazer impressão" e nunca fiz questão de forçar o bebé a mexer ou a ter de tolerar o cotonete ali a tocar-lhe). Faço a higiene do ouvido com uma toalhita húmida, fica limpo e bem e ele permite. E mesmo que ele gostasse do cotonete penso que usaria na mesma a toalhita, temos sempre em casa para a muda da fralda então não estaria a comprar de prepósito cotonetes.

Sobre toalhas. Também não compraria, além de ser uma coisa que oferecem e nós conseguirmos usar em mais do que um banho seguido sem lavar, usar uma toalha nossa, de adultos, lavada com os produtos (detergente e amaciador) indicado para os bebés (porque os nossos detergentes podem causar alergias) dá perfeitamente para usar.


Quarto mobilado e personalizado ➕ ou

Um berço indico sem dúvida alguma, é essencial haver algo que dê segurança ao sono, claro que aquelas caminhas que se aplicam na nossa própria serve para os primeiros meses e dão segurança, mas assim que eles começam a ganhar autonomia no virar, sentar e por de pé, um berço é muito mais seguro e dá segurança até bem mais tarde, 3 anos sensivelmente, e/ou mais. Porque mesmo que acordem e se levantem com as grades não conseguem sair, nem há o risco de cair.

Além de que faz muita diferença terem um espaço onde eles durmam confortáveis para nós podermos usar a nossa cama para dormir confortável também.

O nosso teve desde logo, embora tivesse feito muitas noites na nossa, ainda hoje faz, mas conforme vai crescendo vamos ficando mais apertados e dormimos mal 😂. Portanto, berço, super indico.

De resto, mobília, quarto decorado? A minha opinião é que se gostarem e poderem, sim façam, na IKEA há coisas baratinhas e montam um quarto num instantinho com menos de 500€ até. Sobre quem não pode ter esse gasto, não se aflijam, não é essencial e o bebé nem vai usar o quarto para rigorosamente nada nos primeiros meses. O meu por exemplo só ainda o usa para brincar. Quero ver se no verão o começo a deitar lá, veremos... se consigo não morrer de saudades. A decoração eu fiz essencialmente com quadros e fotografias e está muito amoroso.

Portanto, essencial aqui, só o berço. Comprámos por 100€ e pouco e está igualzinho, resistente.


Ovo, carrinho de transporte 

Sim, óbvio, nem o bebé saí da maternidade sem ser dentro de um ovo devidamente homologado e um carrinho dá jeito para as primeiras saídas, consultas, etc's. Aqui terá de ser um gasto necessário sim. Comprámos na zippy que tem preços ótimos e ainda oferecem a lista de bebé que é um cartão que acumula todas as compras lá, até um ano de nascimento e depois oferece uma % do valor global de compras em vale de cartão para gastar na loja.


Brinquedos

Aconselho a oferecem desde cedo algo que o bebé use para se autorregular, como uma naninha ou um dudu como tem gente que chama. É um bonequinho ou fraldinha de pano que está junto do bebé na hora de dormir por exemplo.

O meu bebé assim que se vira para o lado e agarra o bonequinho dele tem associação de sono e adormece sozinho, ali, agarradinho ao amigo.

Sobre restantes brinquedos, não aconselho, não são nada úteis nos primeiros meses. Até porque, amigos e conhecidos gostam de oferecer um peluche ou outro ou aqueles brinquedos com luzes e musicas de embalar e são o bastante.


**


Se eu pensei assim na minha gravidez e o fiz no pós-parto? Não, mas se fosse hoje faria 😂. Coisas simples que fazem a diferença na carteira sem dúvida.


Claro que há coisas a ter: Termómetro, aspirador nasal, (que se compram uma única vez), creme muda fraldas para assaduras, necessários à higiene oral e etc's que vão ser precisos, abordei aqui um geral apenas daquilo que já vi que comprei e não me foi assim tão útil ou imprescindível a ponto de fazer falta.

11 comentários:

  1. Adorei e penso do mesmo jeito.
    No que se puder poupar, acho que sim.

    Pedir emprestado é outro super sim :P

    Por acaso uma amiga já disse que emprestava, mas sabes como é, não se pode contar com isso até ser mesmo verdade vá.

    Mas tiraste-me um peso de cima, digamos. É que já pensei nessas coisas todas e graças a Deus que não estou errada.

    Gostava de ler outros comentários, mas o essencial está aqui mesmo :)

    Obrigada querida!

    Beijocas

    Cláudia - eutambemtenhoumblog

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    1. A teia dos 20 mais x20 de março de 2024 às 14:55

      Olá Cláudia,
      Pode ser que entretanto alguém com mais experiência que eu comente também :)

      É sempre bom ter estes exemplos.

      Ainda bem, que de certo modo, já ajudei em alguma coisinha :) Beijinho

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  2. Olá! No geral concordo, acho que é preciso desconstruir essa ideia romantizada de que devemos preparar e ter absolutamente tudo antes do bebé nascer. Há coisas que podemos ir comprando depois, conforme se comprove haver realmente necessidade disso. Também acho que dentro do possível devemos simplificar (como o caso que deu da banheira, ou esterilizadores de biberão e chucha por exemplo nada que água a ferver numa panela não façam, etc.). Big yes às doações em segunda mão de amigos e família. No entanto há coisas que na minha experiência me disseram o contrário, nomeadamente na roupa necessária. O meu bebé bolsava muito, chegava a mudá-lo 3x por dia. Não sendo necessária uma tonelada de roupa não recomendo ter pouquinha ou é um stress sempre a lavar/secar/engomar. (continua no comentário seguinte).

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    1. A teia dos 20 mais x21 de março de 2024 às 09:15

      Exatamente, eu ainda hoje faço assim, esterilizo tudo numa panela com água a ferver.

      Excelente exemplo que não referi, obrigada :)

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  3. Outra coisa que na minha experiência me mostrou é que às vezes tanto queremos poupar, que a inexperiência e a falta de reflexão no futuro nos acabam a fazer gastar mais ou igual. No meu caso foi o conjunto carrinho / ovo, que herdei da minha cunhada porque estava super estimado e era robusto, embora confesse que esteticamente (achava eu que era esse o único contra) não se enquadrasse nos meus gostos. Mas revelou-se um carrinho grande, aberto e fechado, que me ocupava a mala do carro quase toda, difícil de manobrar. O ovo só deu até aos 9 meses do bebé e aí está, acabei por comprar cedo uma cadeira auto e pouco depois gastei dinheiro num outro carrinho mais prático e pequeno. Diria que é sempre preciso nestas coisas equacionar se vai adequar-se à nossa vida, rotina, estilo de vida. Um casal que goste muito de caminhar, da vida ao ar livre e passeie bastante aconselho a ter atenção a esta escolha (continua noutro comentário).

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    1. A teia dos 20 mais x21 de março de 2024 às 09:19

      Sim, outro excelente exemplo, é preciso ter em consideração a facilidade de manobrar e o peso destes equipamentos sim.
      O meu andou no ovo até aos 12 meses, e compramos aí a cadeira auto, o carrinho é super fácil de montar e desmontar, embora me pese um pouco, mas é porque eu também não tenho assim muita força para dar e vender .. então é mais uma limitação minha que do carro, mas concordo plenamente estas coisas condicionam quem gosta de passear e etc.

      Ainda hoje a ser necessário usamos o mesmo carro, pois tem a possibilidade de criar ali uma espécie de banco, alcofa, e etc. Então achei muito boa compra.

      Obrigada por mais um bom exemplo

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  4. Depois há sempre que equacionar aquilo que nos poderá fugir do controle. No meu caso sempre amamentei, foi a minha salvação porque o meu filho nasceu alérgico à proteína do leite de vaca. No período de aleitação exclusiva, se não fosse o leite materno bem ia o meu salário para leite (fiz as contas e andava perto disso). No quesito higiene, a pele dele tem atopias por isso os produtos são sempre de linha de farmácia para peles atópicas e, apesar de durarem bastante, não deixam de ser caros, aqui é um daqueles casos que não dá para usar linhas de marca branca ou mesmo de supermercado. Na minha opinião, e na minha experiência, ter um filho é dispendioso, mesmo aí está simplificando o que considero dar para simplificar, tanto que não vou ao segundo por várias razões, sendo as duas principais a questão financeira e o facto de sentir que já tenho pouco tempo de qualidade com 1 durante a semana, com dois a gestão ficaria ainda pior. Beijinhos.

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    1. A teia dos 20 mais x21 de março de 2024 às 09:26

      São situações de que facto nunca conseguimos antever, ainda assim, são situações que se acabam por tornar temporárias, porque o bebé não bebe apenas leite durante muito tempo exclusivo. É um esforço? é. É uma despesa? é. Tem de haver essa noção.

      Sobre os produtos de higiene, também só uso uriage, eu tenho muitos problemas de pele, e sempre tive receio do meu bebé vir a manifestar o mesmo e indicaram-me logo (dermatologista mesmo) a usar a linha uriage. É cara? é, mas é como você diz, duram bastante tempo até.
      E apesar destes gastos serem carotes e terem de ser considerados, e não pudermos fugir deles, em todas as outras coisas que dá para simplificar há que o fazer, para não agravar ainda mais estes casos. Como o exemplo que deu de esterilizar as coisas sem necessidade de esterilizadores, são pequenas coisas que fazem muita diferença, porque é tudo carissimo.

      Sobre coisas emprestadas, aproveito ainda para dizer que, no meu caso de amamentação, eu sempre tive muito leite, no entanto nos primeiros tempos o bebé não tinha "força" para o sugar, tive de tirar à bomba, a minha cunhada emprestou-me, e correu super bem.
      A haver confiança não vejo inconveniente nenhum de se usar emprestado, nem vergonha nenhuma de o fazer.

      Obrigada pelos seus exemplos, beijinho :)

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  5. Obrigada :)

    Claudia - eutambemtenhoumblog

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  6. Eu não aconselho stock de fraldas e toalhitas antes do bebé nascer a ninguém.
    Para o meu primeiro filho fiz, e depois fiquei com medo que o miúdo fizesse reacção. Correu bem! Para a segunda filha já não fiz, e que bom! A menina fazia muitas alergias... Foi a minha safa.

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    1. A teia dos 20 mais x25 de março de 2024 às 10:05

      Eu fiz, após os 8 meses fiz, ia comprando, mas das dermatologicamente testadas, nada de marcas brancas. Até porque tenho muitas alergias de pele e tivemos muito medo que ele tivesse essas reações.

      Beijinho e boa semana :)

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