quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Em resposta à Cláudia 💗

A Cláudia colocou algumas questões, pessoais e intimas de si, sobre a questão de aceitar ou não vir a ser mãe.

Abordou tantas questões que achei por bem falar da minha experiência, entre os temas: o parto, parte  económica, vazio de vida sem descendência, etc.

A quem interessar, é a minha opinião sobre o assunto:

- Questão familiar, por já serem poucos

A Cláudia começa a abordar o tema por esta prespectiva, o facto de já serem poucos. Nunca tenham filhos para fechar vazios, os filhos têm de nascer para nos completar, por já sermos inteiros, é estar a incutir-lhes uma responsabilidade gigantesca a qual não têm de acarretar. 

Sente que tem mais vontade desde que perdeu o avô, consigo compreender, era um laço bonito na vida da Cláudia, alguém a quem amava e queria proteger, e aí sim, um filho tem esse poder Cláudia, e Cláudias desta vida. Um filho transforma o nosso coração de uma maneira, é um calor, um aconchego, um mimo, uma segurança na vida e no que somos BRUTAL de gigante.

Juro. A minha autoconfiança desenvolveu-se muito, pela positiva, desde que sou mãe.

Ninguém pára uma mãe, somos capaz de tudo e ter essa real consciência transforma. 


- Questão de "chamamento" para ser mãe

Se isso existe (e eu respeito) eu não o senti. Não disse para mim mesma "vou ser mãe agora, estou a sentir", não, eu pelo contrário sempre quis ser mãe, sempre me imaginei mamã de três, dois meninos e uma menina, e a decisão de ter filhos é mais fácil quando temos essa pré-ideia. 

O amor de mãe..., muitas de nós não sentimos logo de imediato mal engravidamos, ou até mesmo depois do bebé nascer. A minha cunhada p. ex. não gostava, não sentia amor pela primeira filha quando nasceu, aprendeu depois a sentir. Mas da minha experiência, desde o dia que fiz o teste e tive a certeza que estava grávida foi uma felicidade sem tamanho, ainda me arrepio só de me lembrar. A mulher tem um poder de encaixar tudo o que tem dentro bem arrumadinho para gerar uma vida, há algo mais poderoso que isto? Digam-me?

Sempre me senti bonita a gravidez toda, e olhem que tinha 52kG e cheguei aos 64kG, sempre me senti bem e sabem, "poderosa". É algo que nos transforma para o resto da vida.

Gerar, carregar, parir, somos gigantes e capazes, e nunca mais nada vai abalar o nosso psicológico depois de viver algo "tão grande". Comigo foi assim. Pouca coisa me faz ir abaixo.


- Questão de idade

A Cláudia tem 35 anos, uma idade bonita, diz ela tanta vez que sempre sentiu que era uma idade que lhe ia trazer "qualquer mudança", mesmo sem saber qual.

Será?

Será o bebezinho?


- Questão de medo

Ter um filho é nunca mais sermos sós, acredita, medo, medo de quê? 

O único medo que tenho é de que ele adoeça, ele ou eu, ou o pai.


- Questão económica

Acompanhas-me aqui à muitos anos, consegues ver que não poupo os mesmos 400/500€ por mês, mas sempre poupo. Não é pela questão de ter filhos que me privei disso e dessa parte e gestão pessoal.

Neste momento estou a gastar menos de 150/175€ vá, com ele mensalmente. Fraldas, toalhitas, leite e iogurtes.

A creche é gratuita até os 3 anos. E a tua mãe? Não seria uma boa ocupação para ela estar e tomar conta dele? tudo são hipóteses.

Claro que, no primeiro ano o leite é mais caro (para quem quer dar NAN ou equivalente), mas a amamentação já corta muito desse gasto e a introdução de papás e sopas também.


- Questão de estar sozinha mesmo estando casada

Atenção mulheres, o homem após o parto também está aprender a ser pai, tudo é novo para ele também, o bebé, a fralda, o banho, o choro... é uma adaptação familiar e para isso contribui muito, mas muito terem o vosso espaço.

Aprendam juntos, dediquem-se, deliciem-se com os momentos diversos que têm com os vossos bebés nas primeiras semanas, não deixem que se metam demasiado (pessoas de fora, mesmo que família direta), palpites, opiniões, etc, podem gerar mal estar entre ambos, e é preciso equilíbrio para tomar conta de um bebé. Estejam bem um com outro, o resto é parceria.


- Questão de Privação de sono

Sim, é a pior parte, eu achei. Não dormir mais que 4h seguidas num ano é dificílimo, pior se na gravidez já houver desconforto, não sofri por acaso, na gravidez só me dava  para dormir mesmo.

Mas hoje, com 13 meses dorme a noite toda. Sejam tranquilos, é um processo, o bebé precisa de aprender a dormir, a descansar e sentir-se seguro no ambiente de sono é meio caminho andado.


- Questão de parto e dores

Ouvi as coisas mais barbaras. "é um menino, é sempre pior quando é o primeiro", "isto, aquilo, isto aquilo". Convenci-me, engravidei terei de parir. FIM

E foi exatamente assim, não pensem que digo isto da boca para fora. Engravidar transformou mesmo muito a minha mente, pouco me afeta mesmo, e isso em termos de autoestima foi gritante na minha vida, pela positiva como já referi.

Ao 3º pucho tinha o meu bebé deitado em cima do peito. Dói? dói. Se te lembras depois? Não.

Mulheres, é um parto, é um processo de nascimento, estamos ali para ajudar os nossos bebés a conhecer o mundo, a viagem começa ali. 


- Questão de paciência (choros, birras, etc)

Vem com os dias.

Nas primeiras semanas contas pelos dedos das mãos as horas que estão acordados... aí é fácil começares a conhecer o teu bebé e criar laços. Quando ele começa a estar mais tempo desperto e a interagir vocês já se conhecem e aí é em ti que ele se acalma e embala. É um aconchego bonito.

A paciência cresce com o amor.


- Questão de "acontecer ao acaso" para não tomar decisões

Porque não?

O deixares de tomar a pilula não é indicador claro que vais engravidar, certo? Tu própria dizes que a idade avança, a tiroide é um problema, porque não deixas de tomar simplesmente? Não estás a decidir ser mãe, estás a decidir ter essa hipótese apenas, não é garantido. E se vier.... veio.


* Nota pessoal:

Nada me fará arrepender de ter sido mãe, é o desafio da minha vida. A educação no mundo atual é o que mais me assusta. Mas o conforto de segurar no colo um bebé que se formou em mim, eu pari pela minha força, eu cuidei e cuido e me retribui um sorriso avassalador é o melhor da minha vida. Todos os dias.


Sim, tenham filhos, se forem capaz de amar,

a contrário, por favor, não coloquem no mundo bebés e crianças para sofrer.

14 comentários:

  1. Olá!
    Acabei de dar um comentário vago... porque sei que quando alguém está confuso pode ser pior..
    Mas concordo contigo! Tudo se ultrapassa por Um Amor Maior!
    com calma, Amor e paciência tudo se vai resolvendo.
    Mas é uma decisão muito pessoal e para "sempre"
    Beijinho

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    1. É uma decisão para sempre, sem dúvida, e que assim seja mesmo! Não me imagino a ficar sem ele, é sem dúvida a minha vida.
      E o para sempre também tem outro lado, "a responsabilização" será sempre uma responsabilidade e uma vida dependente da nossa, até pelo menos, ganharem as suas asas.

      É um tema forte e sensível sem dúvida.

      Beijinho

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    2. Olá! a minha opinião vaga deve-se também da experiencia própria.. Porque um filho não tem de Ter o peso da nossa felicidade nem transportamos para ele o que era o nosso sonho ! ao longo da vida tudo muda e o que nos parece certo pode virar errado!
      Sou mãe de uma Deusa, mas também de um Príncipe que partiu cedo demais... e tanto ficou por viver por fazer juntos... os anos passam e a vida mudou-me tanto...e não existe dor comparável a esta .
      e todo o Amor que nos rodeia não é capaz de ajudar a sarar feridas... nem sempre os laço se conseguem manter...

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    3. Impactada agora :(
      Lamento muito a sua perda... senti o coração apertar ao lê-la. Ninguém devia ter de passar por tamanha perda.
      Sinta-se abraçada! Por favor.

      Um beijinho

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    4. um beijinho imenso !!

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  2. Deixa-me 1º agradecer-te pelo texto, por eu ter servido de inspiração e pelas tuas palavras sempre bonitas.

    2º, fizeste-me chorar na parte do meu avô, pois claro. Em outras partes também, pois vêm carregadas de verdades. Mas também me fizeste rir! "Será o bebezinho?" :P

    3º Sabes que senti que me lês? Como hei-de explicar, senti que se te perguntassem algo acerca de mim, saberias dizer. Claro, dentro de alguns limites, mas senti que me conheces. Que me vês além do blog. Que me lês com olhos de interesse. Não consigo explicar melhor.

    Mais uma vez, obrigada pelas tuas palavras.

    Já li o texto três vezes.
    Tens aí muitas verdades, muitas realidades. Claro que cada realidade é sempre diferente. Cada uma à sua maneira.

    Não sei se será ou não para preencher um vazio. Ainda preciso de perceber melhor essa parte.

    E apesar do medo, tenho a mesma ideia. Se acontecer, vai ter que sair. Seja como for.

    Vou guardar este texto para ler mais vezes, acredita.

    Mais uma vez, obrigada!

    Cláudia - eutambemtenhoumblog

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    1. Não tens nada que agradecer.

      Sim, conheço-te, vejo-te assim, como eu, uma mulher decidida e prática mesmo que por vezes e em determinadas circunstâncias nos deixemos assolar por tantos "ses" nas nossas cabeças.

      Vejo-te muito além do blog sim.

      Sobre o teu avó, foi a luz da tua vida, ficou turva quando o perdeste e quem sabe algo teu a traga de volta, seja ou não um bebé.

      Alguma coisa, sabes sempre onde me encontrar :)

      Um beijinho e um abraço para hoje

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  3. Já te disse mas volto a dizê-lo, é muito bonita a forma como falas do teu filho. Não somos pais ainda, mas queremos ser

    Espero gostar tanto como tu.
    Bjs

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    1. Mais uma vez, obrigada Ana, como te disse à dias, amo-o muito.

      Um filho, será sempre o nosso melhor lado. Sejamos nós "mães", porque há muita gente que não o é.

      Beijinho :)

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  4. Levantas aqui um ponto interessante, que acho que daria pano para mangas, caso queiras falar disso claro!
    Esse empoderamento que sentes depois de ser mãe, achas que podes falar mais sobre isso? E no que consistiu?

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  5. Não sou tão otimista na maternidade.
    Também sempre quis ter dois meninos e uma menina. Tenho 40 anos, só falta a menina. Ando a pensar nisso, mas não é o mesmo chamamento que tive nas outras gravidezes. É mais o medo de me arrepender, ou será pela menina?
    A falta de apoio é tão grande que não sei se quero começar tudo do zero. Para ajudar temos maternidades a fechar, um caos nas urgências (os meus filhos já não adoecem mto), escolas em greve, vagas em creche limitadas (mesmo pagando), ...
    A única coisa que não me preocupa muito é a parte económica.
    Tudo o resto tenho receio.
    Bjs,
    SM

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    1. Sem apoio não é fácil... bem o sei, um bebé demanda muita atenção e dedicação, fora a parte "mulher" que somos e fica ali meio que parada e à deriva uns tempos. Consigo compreende-la SM

      Se calhar é mesmo pela menina :), ter ali uma aliada para o resto da sua vida, eu a seguir, a ter +, também gostava de ter a menina, mas vejo-me muito a ser mãe de meninos só x) vá-se compreender ehehe

      Beijinho e dia bom

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    2. Os meninos são bem mais práticos e baratos (roupa é um descanso).
      A parte "chata" dos meus é que são muito agarrados a mim. Parece que o pai nem existe (está presente e faz de tudo, mas não os cativa).
      É um desgaste psicológico enorme! É isso que me assusta em ter mais um filho (ou filha). Mais um agarrado às minhas pernas, literalmente.
      Engravidar só para ter uma menina... naaaaa.
      SM

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