A minha mãe, foi minha mãe com a minha idade.
Já era mãe antes.
Já não contava comigo. (acidentes de antibióticos). Não lhe vi ensinar nada. Já sabia dar colo. Peito. Papas. E raspanetes.
Já não contava comigo. Mas eu vi. Estou aqui. Ser mãe não é fácil, ser filho também não.
Tenho a idade dela, do primeiro pegar nos braços. Penso! O que seria de mim, hoje, com um bebe no colo (?).
Sou irmã mais velha. (mais um por acidente de antibiótico). É. ela não aprendeu comigo. Nessa altura então já tinha uma habilidade para lidar com crianças que poderia fazer tudo de olhos fechados. Eu sei. Ela também. E todos sabemos.
Sou tia. De 3. E vou ser novamente em breve. Amo como não se consegue explicar.
Ser mãe deve ser maravilhoso, o cheiro do bebe, a empatia entre os pais e o cantinho no meio da cama sempre disponível. E nunca só para um, mas para todos os filhos, ao molho, ao gritos, e à guerra.
Os meus pais tiveram tudo isso.
Chinfrineira logo pela manhã, guerras intermináveis que começavam na rua e só terminavam quando caiamos no sono, exaustos. Sonhos. Conversas sobre o "eu quero", "eu vou ser". Sussurrares de cabeça com cabeça (porque o espaço milimétrico da cama dos pais - ou da mesa de jantar - era ocupado por muitos). Sujos de terra. Pedidos de ajuda e por vezes de socorro.
Preocupados sempre. Mas deixavam-nos tão à vontade, que a nossa quinta parecia um mundo inteiro por explorar.
Os meus pais tiveram tudo isso.
Sofreram e criaram. (como podiam e como sabiam). Estamos cá. De saúde e de memórias.
Ser mãe deve ser maravilhoso. Pai também (mas nesse requisito nunca poderei sentir o que sente o homem, o pai). Na mãe posso. Porque a mulher é mãe, não pai, e eu sou mulher.
Sou menina do pai. Mas, ser mãe deve ser maravilhoso.
A minha mãe tinha a minha idade quando me ouviu dentro dela quase que a dizer "eu estou aqui, e também vi para ficar". Fez-me nascer sozinha, pela própria força. Pegou-me, alimentou-me, vestiu-me, educou-me de regra e à vontade. Tinha a minha idade.
Seria muito bonito concluir e dizer que ia ser mãe com a idade dela, com a minha idade. Não serei, possivelmente nem mãe de casa tão cheia como a dela, de tantos braços e abraços. Mas serei.
Ser mãe deve ser maravilhoso. 💚
Um beijinho a todas as mães.
O natal é das minhas melhores e piores recordações, era a casa cheia, eram os nossos sonhos, a nossa família, o nosso barulho. Devo estar sentida por isso e daí, acredito que ser mãe, deve ser maravilhoso.
Não sei também o que é, nem tenho esse sentimento.
ResponderEliminarSim, deve ter o seu "quê" de giro e tudo mais, mas não sinto vontade.
Mas sinto a "obrigação" inerente às mulheres. É horrível.
A minha mãe, com a minha idade, 31, só tinha ainda o meu irmão mais velho.
Eu vim 6 anos depois dele, a minha irmã, 15 =P
Oh, lá em casa no Natal também já fomos tantos mas tantos... Cada vez somos menos e eu faço um esforço enorme para tentar ainda chamar as únicas crianças que ainda temos na família. Mas também têm a vida deles.
Beijocas
P.S: Eu comi aquilo tudo, quando não comia o "recheio", comia o pãozinho. Mas eu sou uma rapariga que se alimenta bem, demasiado bem. Controlo-me é imenso durante a semana. :P
Somos todos diferentes uns dos outros, e não tem mal nenhum nisso.
EliminarEu vou gostar muito do dia em que souber que serei mãe, não sinto pressão nenhuma da sociedade, quero ser mãe por mim, por gosto próprio, mas entendo perfeitamente o que dizes. Não queres ser e não tens de ser crucificada por isso.
Beijinho :)
Ser mãe é a melhor coisa. A mais maravilhosa. Não conheço sentimento igual. Por muito que amemos a nossa família, os nossos pais (e não consigo ver-me sem eles)... não há nada que supere o que se sente por um filho. Preenche-nos profundamente. Nem sei explicar :) tenho dois e só não tenho mais porque não me é possível financeiramente. Adoro ser mãe. É o melhor da minha vida!
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