terça-feira, 3 de julho de 2018

17 anos a poupar, por 13 anos a gastar

Faz já alguns meses que visito regularmente um blog brasileiro sobre independência financeira, de nome, Independência Financeira ou Morte, é o blog de uma rapariga brasileira que conta a sua jornada para um objetivo final - que atingiu em junho deste ano. Acredito que se irá direcionar para algo ainda mais ambicioso agora.
É simples de perceber o blog e a forma como majora o património. 

Neste blog descobri o AA40 - Aposente aos 40, li uma publicação que fizeram sobre o término do 1º semestre de 2018, que aconselho a ler, a quem gosta do tema claro. Perguntas tão simples dão que pensar. 
- Não respondi porque teria de andar a fazer contas a nível de semestre (e o que faço é ao mês). Mas tenciono fazê-lo.

Mas foi esta tabela que me ficou na vista:

"Baseado na tabela do blog MMM com rendimento real de 5% aa e taxa segura de saque de 4% aa. Quer calcular o seu número em mais detalhes"

É claro o entre aspas… upa upa, né. Mas esquecendo isso… Que estamos em Portugal, olhei para a linha dos 50% poupados, que me indica 17 anos para independência financeira. 

Fui claro, fazer contas, ai minha gente… não daria para viver até aos 80anos sem nunca mais fazer nada, lá isso não, mas garanto que a poupar 50% do salário nos próximos 17 anos, vivia bem, sem qualquer tipo de dúvidas ao longo dos outros 13 anos. E é importante frisar que estes 17 anos a poupar, acabariam antes dos meus 45 anos chegarem.
É claro que isto é tudo muito bonito e motivador. É. Mas eu poupo a pensar em investir numa casa. É claro que se trabalhar os próximos 17 anos a poupar 50% do salario terei dinheiro para uma casa sem qualquer financiamento. Mas… não espero, ter de esperar 17 anos para avançar com esse objetivo na vida pessoal.

Aliás, uma casa, é a única coisa onde pondero criar "divida". Carros, telefones, viagens… Nada disso me leva a querer contrair uma divida de milhares. Mas uma casa é uma casa. É o investimento de vida, mesmo com a ideia de troca, reconstrução, n factores, uma casa é uma casa.

Não ficarei com a casa da família, não porque não queira, mas porque não me pertence. E desde que decidi poupar é no futuro de uma habitação que penso. Poupo por poupar, mas a pensar nesse fim. Quanto mais dinheiro tiver do meu lado menos terei de requerer a instituições bancárias. E menos tiros no pé dou.
Daqui a 17 anos talvez não esteja a dias de estar na zona de independência financeira como garante a tabela mas talvez tenha a minha casa a um nível de esforço económico mínimo. Ou talvez tenha morrido e o meu dinheiro esteja nas mãos dos meus sobrinhos já gasto e esquecido. Isto é tudo um conjunto de "S's"

4 comentários:

  1. Vá lá, já começava a pensar que era o único português a interessar-se por isto. :)

    Não percebi de onde estão a vir os 13 anos... foi das contas que fizeste, relativamente a quanto tempo o dinheiro que terias depois de 17 anos a poupar 50% duraria?

    É que a ideia daquela tabela não é acumular o suficiente para durar X anos, é durar (teoricamente) *para sempre*, já que o que gastas do "bolo" (4%/ano) é inferior ao que ele rende (5%, no exemplo). Claro que esse tipo de rendimentos (sem meter aqui rendimentos passivos ao barulho) só se consegue com acções (em geral index funds), já que, tanto quanto sei, não há nenhum banco ou conta poupança que dê sequer metade disso, actualmente. Uma alternativa é usar parte do dinheiro para criar novas fontes de rendimento (ex. comprar imobiliário para arrendar, montar negócios, etc.).

    Mas parece-me mesmo (e corrige-me se estiver errado) que não acreditas lá muito em nada disto, e que estás a pensar que nessas condições o dinheiro iria inevitavelmente baixar todos os anos, sem se "auto-renovar" (a não ser que voltasses a trabalhar), não é?

    Concordo completamente com a parte de não comprares nada a crédito sem ser a casa, e concordo também que comprar uma a crédito faz, em geral, bastante mais sentido do que esperar décadas para a comprar a pronto -- não só pelo tempo de espera propriamente dito, como também por estes juros serem tão baixos que o dinheiro pode ser investido de forma que renda mais do que o que se pouparia nesses juros.

    No meu caso, e mesmo acreditando no tal retorno médio de 5%, mesmo que me porte bem nos próximos anos ainda precisarei de alguns (para pagar os créditos todos) antes de poder começar a poupar sempre 50% ou mais, pelo que segundo esta tabela não atinjo a independência financeira antes dos... 65 e tal. :( Daí a necessidade de arranjar mais fontes de rendimento...

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    1. Olá ovelhaostra :)

      Sim os 13 anos surgiram de contas que fiz a viver "bem" e sem contar com qualquer valor de juro. Apenas o dinheiro poupado a gastar.

      A ideia de aplicar dinheiro ainda é uma miragem para mim, logo se verá no futuro…


      Quanto ao teu 4º paragrafo, bom… é simples, acredito e não acredito. Sei que há quem o consiga. Aliás o 1º blog que refiro é prova disso. Um trabalho/objectivo de uma vida. Mas olho para a minha realidade de "agora", e tal como já te disse, de momento o máximo que tenho é uma conta poupança com TANB a 0.125%, (TANL inferior)…

      Quanto a rendimentos extra já tenho 1 e até ao final do ano conto ter mais 1. Equivalem a +/- 20% do rendimento de emprego… Se vale a pena? Boa pergunta.

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  2. Eu também sempre poupei a pensar numa casa, mas depois decidi nem mexer nas poupanças. Já que sou tão instável a nível de trabalho, deixei lá ficar o dinheiro, caso precise dele.
    Mas fazes bem em poupar para a casa, não esperes é tanto tempo.

    Relativamente aos "S's"... a vida dá tantas voltas. Mesmo tantas.
    Eu planeava demasiado e ainda faço muitos planos, mas acredita, normalmente saem todos furados.

    Beijocas

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    1. Olá Cláudia :)
      Conseguiste avançar para uma casa sem mexer na poupança?

      Não :) realmente não espero ter de esperar assim tanto tempo, cruzes.

      Quanto aos planos, também te dou razão. São mais os que se falham que os que se acertam.
      Beijinho

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