Cada um é cada qual e é difícil que se consiga comparar níveis e qualidades de vida.
Mas acompanho vários, vários blogues brasileiros sobre o tema "finanças pessoais" e não deixo de me querer comparar.
O euro e o real são moedas diferentes, com valor diferente. O custo de vida no Brasil não é o mesmo que em Portugal, e as diferenças são muitas a vários níveis.
1 Euro equivale a 4,4 Reiais.
23 Cêntimos equivalem a 1 Real.
O Real está bem posicionado?
Quando eles dizem/escrevem que conseguem poupar/Investir 1.000 Reais por mês, o que é que se pensa? "" ahm mil reais são 227,27 euros "" - consigo e bem distanciar-me disso (mas a verdade, é que tenho menos acumulado, quando falamos do "total").
Mas, o ordenado mínimo no Brasil é de 998R, o equivalente a 226,82€. 😡 O que é que em Portugal fazíamos com 226 euros de ordenado?
Adiante, que não passam de comparações que nem devem ser feitas.
Na comunidade financeira Brasileira é habito sempre que o mês encerra todos partilharem nos seus blogues a atualização/acumulação do património monetário (e não só), vêm-se n títulos do tipo, "Atualização mensal ….."; " Fechamento de Abril…". E hoje prendi-me num blogue que descrevia que tinha acumulados R$ 45.479,93, o equivalente a € 10.336,35 e fiquei a pensar na dificuldade em anos que tanto eu como ele temos para chegar a estes números. A moeda não é a mesma, e quando se fala em 45mil R$ não se pensa de imediato em 10mil €, mas o esforço tem de ser o mesmo atendendo à realidade dos países.
"Ele" começou o blog em 2017, eu também, começou com R$ 7.700, equivalente a 1.750€, eu lá perto estava. Então, os trajetos não são assim tão distintos, o problema, e isto é sério, é um problema!, é que a banca brasileira tem ofertas com taxas acima dos 4/5% e mais ao ano e com o dinheiro "seguro". Nós o melhor que muitas vezes conseguimos é taxas a 0,75% ao ano s/ risco. Bolas, isto é sério.
O nosso país passou por uma crise severa no passado bem recente (e o Brasil, nela anda e nela andará), preparamo-nos para apanhar outra daqui a meses e andamos como se nada fosse. Trabalho numa área em que os orçamentos de uma ano para o outro têm incrementos de 15% muitas das vezes, isto não é brincadeira e faz-me pensar no que não nos estão a dizer do lado da politica.
O chefe de estado, também ele eleito com o meu voto, em quem confiava pela extrema inteligência e forma como clarificava e expunha a politica portuguesa, deixou de ter algum poder quando se calou em situações que não o devia ter feito.
Esta recente dos professores matou-me, não estamos a por em causa o seu valor, sem eles eu não tinha a formação que tenho, sem eles a taxa de analfabetismo não tinha descido a olhos visto no sec. XX, e Portugal não se tinha destacado na industria como o fez, são importantes, são!, mas pensemos nas outras categorias profissionais… Na minha profissão existem profissionais a receber bem, sim, mas no oeste, não no centro… O que é que eu posso fazer? se quiser receber mais é ir para as zonas onde pagam melhor e deixar o conforto de onde estou. Ainda assim o que recebo é justo? não. E a culpa é das ordens profissionais (que pago e bem para constar nela) sejam elas de professores, enfermeiros, engenheiros, arquitectos, etc., etc., que não controlam os vencimentos atribuídos. Ou controlam e nada podem fazer perante o poder politico que temos? pois…
Estivemos em crise, vamos entrar noutra, e eu não consigo encontrar lugar onde possamos confiar e investir AQUI. Nós precisamos de ter confiança da economia que nos suporta. E sei que posso parecer repetitiva perante algumas publicações que já andam por aqui. Mas a economia é de todos, todos estamos a contribuir para ela, todos nós fazemos o dinheiro circular a toda a santa hora. Se viver o resto dos dias a esperar que estale a próxima crise, não vivo, espero apenas.
A última crise que vivemos a Europa também balanceava. E como é que ela está agora?
Vejamos o que está a acontecer agora, América a exigir (como sempre), o Brasil à meses que se arrasta, México a ganhar algum terreno, Venezuela em crise politica interna e externa. Falamos de outro continente, mas a economia tem de ser vista como única.
Para não falar no brexit com a saída do reino unido da união europeia que já trouxe consequências e vai trazer mais. Mas para muitos é só menos um país… mas é só menos um país a fazer parte de uma única economia…… ou economia única, como quiserem.
Eu não vou sair de Portugal como é evidente, e olhem, a sair iria mesmo para o méxico 😆😆, mas a verdade é que no findar de 2020/2021 vamos apanhar com baldes de água fria. Antes não me parece que vá acontecer. Mas a culpa está em todos nós, podíamos ter uma economia interna bruta acima da que temos se a nossa desculpa não fosse "não posso pagar mais, estamos em crise", ou "por causa da crise". Portugal andou desafogado nos últimos 2 anos, muito bem desafogado, mas não usou isso a seu favor. Ou usaram, alguns.
Querem ver como é que andamos? Atentem nos debates quinzenais. O nervosismo que muitos já tentam disfarçar já nos mostra o caminho que temos à nossa espera.
Que o partido de poder mude nas eleições que aí vêm, para que os relatórios de contas sejam assim bem descortinados. Precisamos de saber muita coisa.
Eu hoje não estou chateada, estou preocupada.
Eu hoje não estou chateada, estou preocupada.
És tu e eu, com medo da incerteza do futuro!
ResponderEliminarSem trabalho... ai meu Deus.
Mas tens razão em tudo o que dizes, apesar de eu me estar a concentrar no final, é a nossa triste realidade.
Beijocas
Infelizmente penso que todos olhamos o futuro com muita incerteza, por nós, pelos empregos (que eu neste momento não tenho), pelo futuro dos filhos, enfim, é muito complicado não sabermos o que esperar do país.
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