Acredito que ao longo do ano e mesmo dos anos, vamos mudando, quer por fora quer por dentro, e eu sinto-me a mudar por dentro. Perceber que tudo é "maior" que eu não me assusta, só me centraliza no poder de "tudo passa", e se tudo passa, o sofrimento e energia que colocamos nas coisas é menor.
Sinto que estou noutra fase da vida, há quem diga que lá chega nos 40, eu sinto-me a mudar mesmo antes de chegar aos 30's. Tenho muito para aprender e ainda muito que me adaptar, quer às situações, quer ao meio que me rodeia.
Ainda não consegui fazer com que a disposição do "outro" não afete a minha, mas isso tem muito haver com o espaço onde estamos inseridos, com o espaço e com as pessoas. Uma coisa de cada vez.
A calma, a paciência e o modo como encaro as coisas neste momento são completamente diferentes daquilo que eram à um ano atrás. E isso é optimo, em todos os aspectos.
Mantenho metas e objetivos, sou a mesma pessoa, com a diferença de que estou a deixar de olhar para os outros. E não, não é literalmente. Continuo a viver pelos e com os outros, mas sem me permitir envolver nas brigas que eles carregam.
Talvez tivesse que ser. Talvez a idade carregue outras obrigações e/ou responsabilidades. Talvez depois da vida me ter feito crescer tão menina me tenha trazido as rédeas. Talvez, só talvez.
Sempre fui muito agitada, na pressa de viver, e na forma de fazer. Lembro-me de à uns anos ter feito consulta com um otorrino privado, não ouvia NADA (otites em ambos os ouvidos), a minha mãe ia comigo (tinha de me ajudar a perceber o que diziam as pessoas), quando fui chamada fez-me sinal e fomos seguindo até à porta do médico. Chegadas fui eu quem bati à porta, fez todo um procedimento (que acredito que não façam nos hospitais públicos, devido à perigosidade) de me desentupir as vias auditivas através de vento injectado pelas vias respiratórias… pois, nem vos conto a DOR… Certo é que, até hoje não voltei a ter problemas de otites. Talvez algum bloquei e mal qualquer coisinha lá estavam as inflamações. Comecei a ouvir logo depois do médico me ter feito esse procedimento, algum desconforto continuou, devido à inflamação, mas já ouvia. O médico no fim disse "És muito agitada", nem sei o que lhe respondi e ele disse que tinha notado só pela forma como tinha batido na porta antes de entrar para a consulta. Que tinha muita energia e tinha de me acalmar. Ainda argumentei, dizendo que bati com força porque eu não ouvia, sabia lá se ele ouvia ou se estava como eu, todo obstruído. Ele contradisse que não foi o som mas a energia. Agora percebo-o.
Não posso estar em todo o lado, não tem mal assumir isso. Cada vez sou mais de mim, ainda com culpa, mas hei-de aprender a não a sentir.
Vou mudando e vou gostando. ☺
Eu também com a idade ando a ficar mais calma, apesar da ansiedade. É outro tipo de calma...
ResponderEliminarMas eu sou muito impulsiva... Mas ando a tentar controlar-me imenso, porque acabo por só me prejudicar a mim.
Mas eu absorvo as energias dos outros. Se estão nervosos, é ver-me ficar tão ou mais nervosa...
Não é fácil, mas chegaremos lá. Até porque só a nós nos prejudicamos.
Beijocas e força nessa "luta".
Olá Cláudia, compreendo perfeitamente e é uma luta não se deixar influenciar pela energia do outro :/, mas vamos vivendo e aprendendo :)
Eliminarbeijinho