Nasci sozinha, na sala de pré-parto. Pela força da minha mãe, agoniada e angustiada de dores e sozinha.
Uma senhora de etnia cigana decidiu fugir do hospital após o parto com o seu bebé, e tudo se mobilizou a encontra-la. Desligaram a campainha de emergência à minha mãe e disseram-lhe " a sua bebé não é para agora ". Mas fui, ninguém a ouviu gritar e pedir ajuda. A prioridade era outra mãe e outro bebé que nunca soube se chegaram a ser encontrados.
Quando abordaram a minha mãe já eu lá estava, nascida, a chorar e com o cordão umbilical em volta do pescoço, as primeiras palavras que a minha mãe ouviu foram: "teve muita sorte, a sua menina é muito pequenina, se fosse maior tinha sufocado no cordão".
Valeram-lhe a elas, enfermeiras, as dores da minha mãe que a impossibilitaram de pronunciar fosse o que fosse naquela hora. Mas sorte? chamar de sorte no meio do azar que teve de falta de assistência e cuidado é um contrassenso, embora a desgraça pudesse ter sido maior sim.
Mas logo ali ela teve a certeza, pela voz das enfermeiras, eu era uma menina, nunca tinha deixado ver em concreto ao longo da gestação. Escondia, houve dúvidas até ao fim.
Espero ter um parto melhor e bem assistido, quanto ao género do meu bebé, já o sei, teve menos vergonha que a mamã e já se apresentou:
É MENINO 💙
Muitos parabéns pela graça. Que tenha uma hora ( seria tanto?...) tão feliz a tê-lo ... como teve a fazê-lo, rsrsrssr
ResponderEliminarO que aconteceu à sua mãe, infelizmente, ainda hoje acontece em muitas maternidades deste País.
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Uma semana feliz.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Obrigada Ricardo :)
EliminarInfelizmente sim, ainda se ouvem aos dias de hoje histórias muito semelhantes :/
Parabéns. Que nasça em boa hora. Ou seja, uma horinha pequenina 💙
ResponderEliminar.
Emoções esvoaçando no areal...
Beijos. e uma excelente semana.
Muito obrigada Cidália 💙 Que assim seja
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