Hoje venho aqui com um assunto que me assola à muitos anos.
É um desabafo. Ou apenas um pedido de opinião.
Não que eu não tenha capacidade de decidir, mas sei lá, tenho isto na cabeça, e até já falei disto aqui à muitos anos, logo no inicio, e acabou por ficar em nada.
Somos 5 irmão, sempre fomos 7 em casa... Imaginem o barulho. A eletricidade de todos, todos juntos, eu amava ter a casa cheia.
Lembro-me de na universidade me sentar à mesa e chorar a refeição toda, compulsivamente, porque estava "ali" a comer sozinha.
E é sobre a universidade que venho falar.
O último ano fui eu que o paguei, fiz um empréstimo estudante e paguei-o quando comecei a trabalhar, que graças a Deus foi logo no imediato.
Mas o 1.º e 2.º ano foram os meus pais.
Mais nenhum dos meus irmão se formou. Então sempre me senti em dívida com eles, ou com os meus pais, e isso também se deve a algumas coisas que a minha mãe me disse à uns anos...
E estou a ponderar juntar o dinheiro dos 2 primeiros anos e dar-lhe. Obvio que nunca poderia ser em mão, porque ela não ia aceitar, mas deixar lá num envelope algures e depois mandar mensagem.
Sei quanto paguei de propinas e de quarto. Também sei o valor +/- do transporte e vinha a casa todas as semanas... então por alto seria fácil chegar a um valor.
Por um lado sei que foi um orgulho para eles, o ter conseguido, por outro e muito por culpa do que já ouvi, sinto que fui mais beneficiada... Por um lado o meu pai já não está cá para receber o dinheiro, mas está a minha mãe.
Certo é que fui eu que estudei e gastei o dinheiro, mas com a minha formação já poupei 5 mil € a um irmão num processo porque fui eu que o fiz a custo zero...
Sei lá, aqui prós e contras... e a minha consciência não anda muito feliz neste aspeto.
...
Assunto complicado, mas vou falar pela minha experiência.
ResponderEliminarAdorava poder fazer o mesmo! E eu andei numa faculdade privada, por isso, estaria a falar para valores ainda altinhos... :/
Mas se eu tivesse mais dinheiro, gostava de o fazer. Não porque sinto essa "obrigação", mas porque realmente gostava. Coisas minhas. Nunca ninguém me atirou nada à cara, nada disso. Mas lá está, tinha mesmo que ter dinheiro de sobra... Não ir tirar das poupanças ou sei lá.
Aqui a questão depois é o que dizes... No meu caso, sei que sem dúvida alguma, os meus irmãos, mesmo não tendo estudado, têm sido beneficiados o resto da vida.
O meu irmão então, nem se fala. E não vejo preocupação da parte deles, em se conterem.
Realmente pagaram-me o curso, mas imagina, desde que me lembro, fui obrigada a crescer rápido e era eu que tratava da roupa de toda a gente e das duas casas. Acabo também por sentir que está "pago".
Não sinto que seja um assunto controverso, mas é complicado pelo que está "lá atrás", ou se existem bocas, etc, etc...
Pensa bem nisso. Eu neste momento, e agora com o Tomás a vir, era impensável pagar este valor. Sei que me vai fazer falta. Mas lá está, não sinto peso na consciência por o fazer ou por não o fazer.
Beijocas
Ahm sim, eu fui beneficiada nos estudos e os meus irmãos em outras coisas, isso é verdade, e em muito também.
EliminarO teu último paragrafo... é isso, termos filhos, a incerteza do futuro e até o passo de comprarmos casa, tudo isso está na minha cabeça e tenho medo que o dinheiro me venha a fazer falta, mas depois sinto-me egoísta ao pensar assim.
Aí enfim, muita confusão nesta mente.
Beijinho Cláudia, e obrigada pelo tua partilha, outros exemplos ajudam sempre
Acho só curioso, que estive a ver alguns comentários que por aqui escreveram e.... O tratamento diferente entre irmãos, porque o que parece sempre mais "fraco", dependente é o que tem mais ajuda e lá está, a eles nada pesa na consciência.
EliminarComo disse, tenho mais dois irmãos e já sabes uma parte da história...
Ups, sou eu a Cláudia :)
EliminarBom dia. Vou-te dar a minha opinião enquanto mãe que sou, e como não dizes o que foi que a tua te disse por essa altura, o conselho que posso dar, se assim se puder chamar é: paga o primeiro ano, pelo que nos descreves é algo que anda na tua cabeça a muitos anos, e se a tua mãe falecer também sem teres tomado essa decisão de pagar ou não, podes ficar ainda mais frágil emocionalmente a esse respeito. Também dizes que em mão ela não aceitaria, por isso ela e tu têm a consciência de que "está tudo bem". Afinal a educação dos filhos é mesmo inerente ao pais sim. Eu nunca pediria dinheiro nenhum aos meus, e também não aceitaria.
ResponderEliminarMas assim, vês a reação dela e podes tomar decisões sobre pagar o segundo ano ou não. Mas se estivesse no teu lugar também lhe diria que o irmão x beneficio da tua formação, porque ela andou a gastar no passado para no fundo já ter ajudado dois filhos, não apenas a ti. 5 mil euros não são 50€, é muito dinheiro.
Que te decidas pelo melhor. Bjs
Sim, é algo em que penso à muitos anos, então se a minha mãe falecer sem decidir o que fazer a respeito, pior sim...
EliminarEssa ideia de pagar o 1.º ano e depois ver a reação, tanto minha como da minha mãe, parece-me bem :)
Muito obrigada
Estes assuntos são complicados e eu sendo filha única nunca tive de passar por isso. No entanto nunca gostei de dever nada a ninguém, e trabalhei nas férias deverão para pagar propinas e no último ano que tive que alugar quarto paguei das minhas poupanças (do que sobrou do que poupei nas férias de verão). Isto para dizer que se tens esse sentimento e se realmente de todos os irmãos foste a única a ter esse beneficio, e se ainda por cima há bocas, talvez te sintas mais apaziguada se fizeres essa "reparação" . beijinhos e tudo de bom
ResponderEliminarVerdade Espiral, são sempre assuntos sensíveis... fui a única mas também fui a única que quis, mas tem razão, o não dever nada a ninguém é uma paz sim.
EliminarVou mesmo tomar uma decisão a respeito :)
Obrigada pela partilha
Ah, outro assunto que talvez te interesse: o Bankinter está a oferecer 5 TANB (1º ano) e 2,5 (2º ano) até 10 mil euros a quem domiciliar la o ordenado e mais uma condição ou outra simples. eu fiz isso a semana passada e sempre é um valor mais composto que entra :) beiinhos
ResponderEliminarUau! 5% é muito bom para o panorama atual, vou dar uma vista de olhos ;)
EliminarObrigada, beijinho :)
Se é um pedido de opinião, aqui fica a minha: eu não dava esse dinheiro pelo menos para já. Pelo que escreveu algures, pensa em um dia comprar casa, junte o dinheiro para isso. Era o que eu faria. Imagino que se fala em coisas que já teve de ouvir significa que já a tentaram fazer sentir mal por isso, mas se na altura os seus pais decidiram dar-lhe o curso certamente foi porque quiseram. Eu enquanto mãe nunca aceitaria esse dinheiro. E se diz que a sua mãe não ia aceitar se lhe desse em mãos provavelmente também não vai aceitar que deixe num envelope..provavelmente vai devolver assim que possa, imagino eu.
ResponderEliminarIsto leva-me a outro ponto que é um texto que partilhou aqui há uns tempos em que dizia que nos seus aniversários ninguém queria saber, ninguém comemorava, ninguém dava importância.
Podem tê-la beneficiado a si em termos monetários, beneficiaram outros noutros aspectos, que nunca poderão ser recompensados.
É a minha opinião. Guarde o dinheiro para as suas coisas e para a família que entretanto construiu.
Fogo Inês..... Fiquei arrepiada aqui pelo meio e deu-me até vontade de chorar.
EliminarSim, fui beneficiada em mais gastos, mas em muitas outras coisas sempre vi os outros com mais... este seu comentário doeu, e realmente é verdade.
Obrigada Inês
Peço desculpa se fui demasiado dura, não queria fazê-la chorar. Apenas ver as coisas de outro ponto de vista porque o dinheiro pode sempre devolver-se e compensar, mas há outras coisas que não. E essas, sim, são realmente importantes. Dinheiro é só isso mesmo, dinheiro. E não sei até que ponto vai a diferença de tratamento entre si e alguns irmãos, mas calhando vai estar a fazer sacrifícios a poupar dinheiro que depois ainda vai parar às mãos de algum irmão em coisas supérfluas. Eu juro que não entendo a diferença de tratamento que certos pais fazem aos filhos, e atenção que não conheço a sua família em particular nem as pessoas e portanto não estou a duvidar nem a insinuar que não são boas pessoas. Mas vejo o caso do meu marido, que o irmão tem tudo, até um apartamento, e o meu marido não tem nada. E juro que me revolta, daí aquele seu texto ter-me tocado mais na altura que o publicou. A não ser que veja que a sua mãe está a passar necessidades e que esse dinheiro as fosse resolver, guarde o dinheiro. Para si, para o seu filho. Para comprar a sua casa, para que um dia ele não tenha que se endividar também para terminar os estudos. Sei lá. Passam-me tantas coisas em que pode gastar esse dinheiro...
EliminarMas mais uma vez lamento, se "toquei na ferida". Não era o meu objectivo magoar.
Não tem de pedir desculpa Inês, foi porque não tinha pensado nessa diferença de tratamento a nível geral. Agora que sou mãe também não entendo como se consegue diferenciar um filho, também só tenho um, mas tendo mais.... não seria assim de certeza.
EliminarEu acho que o meu erro enquanto pessoa foi sempre estar lá, e isso talvez nos torne invisíveis porque estamos sempre ali, para quando alguém precisar.
Os meus pais foram bons pais, só houve algumas coisas que foram sendo mais duras depois até do meu pai falecer, ele por ele tinha muito orgulho, aliás doente ele dizia, "vivi o que tinha a viver, deixo uma casa paga, uma quinta, uma filha formada e netos no mundo", e era muito novo, tinha 53 anos.... e já estava livre de tudo o que era dividas à já uns anos .... enfim. Dói algumas coisas, não queria ficar com este peso na consciência, mas também sei que eles aceitaram que eu fosse sim estudar, eu pedi e eles acentiram.
Na altura a minha mãe disse que me dava 4 anos para terminar a licenciatura, nem mais um ou virava-me sozinha, era de 3 anos, dava 1ano a mais para se algo corresse mal. Terminei em 3 com muito orgulho.
Beijinho Inês
Eu também não entendo. Tenho 2 filhos e tento ser o mais justa possível com eles. Obviamente que não ando a controlar se gasto 100 euros de roupa para um, ter que gastar o mesmo para o outro. Vou comprando o que é preciso e pronto. Para a minha filha alguma roupa já dura 2 anos, para o pequeno não. Mas em contrapartida a minha filha também já passou a fase que ele está a passar agora e comprei tudo o que foi preciso. Com os presentes é que tento ser mais justa, se no natal um quer algo mais caro que o outro, ponho a diferença na conta deles. Mas é impossível ser 100% justo.
EliminarQuanto ao estar sempre lá, sinto o mesmo. Trabalho por conta própria e então giro o meu tempo e como tenho essa possibilidade as pessoas acham que eu posso sempre tudo
Algumas até dizem que posso porque não Trabalho. Mas é mau, darem-nos assim por adquiridos e não valorizarem os esforços que fazemos. Cada família é uma família e cada uma tem as suas imperfeições e falhas. Mas se ainda por cima diz que a mãe lhe disse que pagava 4 anos e não os "gastou" acho que não deve sentir-se em dívida. Até porque lá está, vai "pagando" de outras formas. É a minha forma de ver as coisas. Mas se há algo que tenho aprendido na terapia é a impor limites. E se me mandam certas bocas não fico calada. Nem imagina o bem que isso me tem feito. Impor limites, mesmo à família. Devia pensar em fazer o mesmo.
É isso, é o não se ser diferente, é por isso mesmo não queria ficar com esta "divida" aos meus irmãos, mas pelo que me têm estado a escrever tenho estado ao longo do dia a ver o outro lado da questão.
EliminarFui beneficiada numas coisas, fui prejudicada em outras.
E ainda hoje se precisar sou a primeira a ir....
Sim, talvez devesse fazer terapia, por esta e por muitas outras questões.. Obrigada por estarem aqui, por enquanto, são vocês a minha terapia ;)
Mas os irmãos sentem-se em dívida por aquilo em que beneficiaram em relação a si? Provavelmente não. Portanto está tudo dito. Se algum dia a mãe precisar se calhar é a primeira a chegar-se à frente, e isso também conta e muito. Deixe o passado lá atrás. Viva mais o presente, preparando o futuro. Eu acho que a decisão de fazer ou não terapia deve ser algo muito pessoal, é preciso muita disponibilidade emocional para além da financeira, obviamente. Se não for para ir completamente de mente aberta não vale a pena. Mas eu digo sempre que acho que toda a gente devia fazer terapia. Faz-nos muito bem e ajuda a arrumar estes assuntos, estas "nuvens " que nos vão perseguindo... acima de tudo, faça o que é melhor para si. Imagine o cenário: se ficar doente ou alguém da sua família nuclear - namorado e filho - e esse dinheiro lhe fizer falta, quão mal se iria sentir? Se encontrar aquela que sabe que é "a sua" casa ( eu senti isso quando entrei na minha casa, apesar de ser um pouco mais cara do que aquilo que pretendíamos) e não puder compra-la por lhe faltar o valor que deu à sua mãe. Como se iria sentir? Se calhar ela e os seus irmãos não vão dar o devido valor ao seu esforço, não a vão valorizar devidamente, e você vai estar a abdicar de um potencial sonho ou de algo pior ainda, se estivermos a falar de uma doença... e depois ainda vai sentir a desilusão da não valorização...
EliminarNão, não creio que se sintam em divida com nada. E sim, sou sempre a primeira que a minha mãe liga quando precisa de ajuda, e ela sabe que sou a primeira porque depois não vai ter de ligar para mais nenhum. Porque eu resolvo...
EliminarTem razão, é tempo de olhar para a família que criei e continuar o melhor que posso.
Se ela um dia precisar de ajuda financeira cá estarei.
Muito obrigada pelas reflexões que me levaram a fazer :)
Um beijinho Inês
Bom dia. Reflicta bem sobre a decisão que tem a tomar, com as novas informações que lhe demos aqui...
EliminarTem tempo para tomar a sua decisão, não precisa de estar a correr a tomar a decisão e depois vir a arrepender-se...
É o que já lhe disse, você deverá ser realmente uma boa amiga de se ter por perto Inês
EliminarMuito obrigada :)
Obrigada pelo elogio, mais uma vez. Da minha parte só posso dizer que se precisar de alguma coisa, desabafar ou assim, estou por aqui. Podemos não nos conhecer pessoalmente mas até é mais fácil assim, às vezes..
EliminarComo mãe nunca aceitaria que um dos meus filhos me pagasse por despesas que são a minha obrigação. A partir do momento que decidi ser mãe e podendo, é a minha obrigação garantir a melhor educação possível para esse filho. Desde que veja esforço. Sustentar "passeadores de livros" e "colecionadores de matriculas" é que não.
ResponderEliminarFoi esse o exemplo dos meus pais e é isso que faço. No entanto os meus filhos têm pago alguns passeios da escola para perceberem que custa (compenso depois na poupança).
Somos 5 irmãos e só as raparigas estudaram. Pagaram-me 4 anos de alojamento, o resto das despesas pagava eu. No 5º ano, estágio, arranjei um part-time. Graças a esse esforço (meu e deles) tive boas notas e consegui um bom emprego.
Nunca tive essa conversa com os meus pais, provavelmente não aceitariam (tbm tenho esse peso na consciência). Recuso prendas em dinheiro (mas dão aos netos) e tenho de lutar para conseguir pagar uma simples despesa no supermercado à minha mãe. Fica mesmo ofendida! Mtas vezes coloca o dinheiro na minha carteira mas, qdo regresso das compras, devolvo a nota às escondidas.
Tenho imenso orgulho nos meus pais! E, sabes que mais, vou pensar no assunto. Mas o problema será como os fazer aceitar! 🤷♀️
Beijinhos,
SM
Olá SM,
EliminarAqui é igual, muitas vezes quando lá vou pergunto se precisa de alguma coisa da vila e lá diz "a e b, c, d" e eu compro, quer sempre dar-me o dinheiro. Deixo sempre lá depois e digo-lhe quando já chego a casa.
Ou quando vou com ela ao médico ou assim, quer sempre pagar o transporte, também nunca aceito, era o que me faltava aceitar dinheiro por ir com ela ao médico. Mas tenho irmãos que aceitam.....
Pago legumes e etc (adubos) para as plantações, levo-lhe e ela planta e cuida, e assim não custa tanto, que pelo menos não tem de pagar também... as minhas outras irmãs não o fazem e depois também levam, não que me importe. Mas pronto, há coisas e coisas.
Também fiz part-time a estudar, sei que muitos meses era eu que pagava a casa, não lhe pedia.
Beijinho SM e obrigada pelo seu testemunho
Concordo em tudo com a Inês...não me esqueço do texto do aniversário em que chegaste a casa e o jantar era restos, nem bolo, nem nada... Eu sou filha única mas ouço muitas vezes da minha mãe a frase "Foi para isso que te dei um curso", a mim não me deu nada... porque ela nem trabalhava, quem pagou as propinas foi o meu pai e nunca, mas nunca na vida ele diria uma frase dessas, porque para o ter tive que estudar e muito, pois era uma licenciatura de 5 anos que concluí aos 22, por ter entrado aos 17. Não tive tratamentos diferenciados por não ter irmãos, mas havia sempre comparações com uma prima, sempre lhe dei tudo o que gastava, ao cêntimo...e ainda hoje o faço... excepto o que foi gasto no curso +/- 12.500€ (sim tenho tudo anotado num livro) valor esse que já tive imensa vontade de pegar e lhe dar, mas lá está, não foi ela que me deu.
ResponderEliminarEngraçado que o meu pai também nunca me disse nada... Também entrei com 17 Marisa, saí aos 20, nunca dei trabalho nenhum, era uma menina... hoje em dia nem aos 20 estão na universidade, quanto mais a sair.
EliminarMas pronto, são aquela mágoas que guardamos. Eu se quisesse também podia pagar já, mas é algo que me vem o pensamento à já muitos anos.
Beijinho Marisa
Olá Teia,
ResponderEliminarUm dos motivos pelos quais não quis ter um segundo filho, foi precisamente pela forma diferente como eu e a minha irmã fomos tratadas e isso deixou-me marcas. Separam-nos cerca de 6 anos de diferença, e eu sou a mais velha. Para mim, foi sempre altas expectativas, em criança quando entrei na primária já era eu que tomava sozinha pequeno almoço, me vestia, fazia os trabalhos da escola, tinha a responsabilidade de sair de casa a horas (ia a pé), tinha tarefas de casa. Quando concluí o ensino obrigatório, os meus pais não me deixaram estudar mais. Foi uma altura muito negra da minha vida, entrei em depressão (era uma aluna exemplar e de notas altas). Depois com a minha irmã, foi tudo tão diferente. A ela ampararam tudo, deixaram estudar, deram-lhe a carta logo aos 18, mesmo quando ela se juntou com o namorado, pagaram-lhe imensas despesas. Os meus pais reconheciam isto, aliás, dizem abertamente que ela teve sempre mais apoio e vida facilitada, porque eu era desenrascada (porque nem tive opção, tive mesmo de ser) e ela sempre lhes pareceu mais dependente e sensível, e um dia, o meu pai esticou-me um cheque. Não o aceitei, jamais aceitaria. Dinheiro nenhum alguma vez me poderia pôr em pé de igualdade com a minha irmã no tratamento que recebemos. Eu sei que nunca faria isto aos meus filhos caso tivesse mais que um, mas mesmo assim, ficou-me muito entranhado como numa família pode haver tanta discrepância até na forma como se educa. Há feridas que não sanam por se tentar ''pagar'' decisões do passado. Se lhe pagasse, os seus irmão saberiam, reconheceriam, iriam valorizar? A decisão de ter continuado a estudar foi dos seus pais, não lhes impingiu nada nem lhes fez nenhuma promessa de reembolso. Há coisas que mais vale deixar onde devem estar. No passado. Beijinhos.
Olá, muito muito obrigada pelo testemunho e pelas suas palavras.
EliminarLamento o que passou e a forma como foi tratada pelos seus, realmente todos temos as nossas feridas.
Dinheiro nenhum paga... isso é mesmo verdade.
Um beijinho para si
Olá!
ResponderEliminarSou filha Única e também sou agora Mãe de uma filha Única!
Apesar da minha Mae sempre fazer questão que eu continuasse os estudos EU optei para tirar o curso técnico ( do que trabalho agora) mas como o meu pai faleceu tinha eu 13 anos optei por não seguir... sei que já fazia vários sacrifícios para me dar o melhor que podia!
Mas neste momento posso ajuda-la de outras formas ...
Não sei a sua situação mas o dinheiro não vale Tudo! se calhar o que paga em afeto e carinho para com a sua mãe é melhor que lhe " devolver" o €.
Como Mãe e a minha filha sempre andou em colégios privados( por opção de vida/momento) jamais ia querer o que fosse dela... é um orgulho saber que posso lhe proporcionar determinados momentos e memorias que guardará!
Mas na família temos vários irmãos (sobrinhos/primos) e mesmo quem esta de fora apercebe que apesar do tratamento ser igual por parte dos pais à sempre alguém insatisfeito! tenho 4 sobrinhos que se pegam por tudo !! e sem motivo nenhum! por isso..
Desculpe o longo texto que até pode ter ficado confuso mas dê á sua mãe(agora ou no futuro) a sua presença ! e se realmente ela algum dia precisar de ajuda monetária esteja também disponível
um grande beijinho
Pb
Olá bom dia,
EliminarObrigada pela sua visão sobre a situação, realmente fui percebendo ao longo do que me diziam aqui, que tenho pago de outras formas e realmente tenho. E sou sempre a primeira que a minha liga quando precisa de ajuda, e ela sabe que sou a primeira porque depois não vai ter de ligar para mais nenhum. Eu resolvo....
E sim, o dinheiro não vale tudo, e eu bem o sei.
Muito obrigada, sim, se ela precisar obvio que lhe o dou, aliás costumo perguntar sempre, se por acaso se queixa de uma ou outra conta, se precisa de dinheiro e ela ri-se e diz que não.
Obrigada Pb, beijinho para si